A história da escola pública se mistura com a história do desenvolvimento do nosso país. Afinal, a educação é a base para a evolução de uma sociedade.
Reconhecendo a importância do tema, hoje queremos contar um pouco dessa jornada e como a estrutura das salas de aula (principalmente das lousas) também evoluiu através dos anos. Confira!
Como surgiu a história da escola pública no Brasil?
O início da educação no Brasil anda junto com o processo de colonização. Em 1549, os primeiros jesuítas desembarcaram no nordeste brasileiro e iniciaram um processo de catequização dos indígenas. O grande objetivo era convertê-los à fé cristã, logo, as “aulas” se limitavam muito à temática religiosa.
Essas aulas ocorriam nas chamadas “missões”, que eram escolas improvisadas construídas pelos próprios indígenas e sem muita estrutura.
Paralelamente a isso, os filhos dos colonos portugueses também recebiam educação dos jesuítas, mas eles frequentavam escolas e recebiam conhecimentos mais aprofundados e que iam além de tópicos religiosos. Nessa época, as meninas também frequentavam as escolas, mas recebiam somente instruções relacionadas à vida doméstica e religiosa.
A educação seguiu assim até a expulsão dos jesuítas do Brasil, pelo então Primeiro Ministro português Marquês de Pombal. A partir disso, começou um processo de remodelação do ensino, visando a trabalhar matérias mais práticas na escola. Isso aconteceu no século XVIII, sob forte influência do movimento Iluminista.
Em 1772, ocorreu a chamada “reforma pombalina”, que marcou os primeiros passos da estruturação do ensino público, da forma como o conhecemos hoje. Essa reforma foi caracterizada pelos seguintes pontos:
- Os indígenas deixaram de ter acesso à educação. Ela ficou mais restrita aos filhos dos colonos portugueses;
- O professor passou a ser reconhecido como pilar central desse processo educacional;
- Foram criadas aulas régias, que eram conduzidas por professores concursados, funcionários do Estado português;
- As aulas régias aconteciam nas casas dos professores. Porém, isso acabou restringindo o acesso de muitas crianças. Além disso, havia uma grande dificuldade na formação de professores e não existia estruturação de séries de acordo com a idade da criança ou sequer uma carga horária definida;
- E como as aulas eram na residência do professor, não existia uma estrutura adequada, como a lousa, por exemplo.
Chegada da família real e o ponto de virada
Em 1808, a família real portuguesa fugiu para o Brasil, na tentativa de escapar da invasão de Napoleão em Portugal. E isso mudou a educação. Afinal, a partir desse momento, os descendentes da coroa estavam aqui e eram “merecedores” de um ensino de qualidade.
Inclusive, foi a partir daí que surgiram as primeiras instituições de ensino superior, com dois objetivos: ensino profissionalizante e preparação de profissionais para trabalharem no serviço público.
Até então, não houve grandes avanços na educação para crianças e adolescentes, mesmo com a independência, em 1822. A corte portuguesa determinou a gratuidade do ensino, mas isso não significou evoluções significativas num primeiro momento.
Até que, em 1827, foi sancionada a primeira lei que tratava exclusivamente da educação. Ela determinava que:
- Meninos e meninas frequentariam as mesmas aulas;
- Em todas as cidades e vilas, deveria haver “escolas de primeiras letras”;
- Deveria ser ensinada a leitura, escrita, matemática, história do Brasil e princípios religiosos;
- Os professores deveriam buscar qualificação por si sós.
Nos anos seguintes, o foco continuou sendo no ensino superior, enquanto a educação de base continuava sem receber a atenção necessária. Em 1920, foi criada a Associação Brasileira de Educação, com a intenção de promover o debate sobre o assunto e fomentar o desenvolvimento do ensino.
Na década de 1930, foi criado o Ministério da Educação e a Constituição de 1934 foi a primeira a trazer um capítulo inteiro dedicado a esse tema. Em 1961, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que instituía as matérias que deveriam ser ensinadas. Mais tarde, a segunda LDB estruturou o ensino de forma mais parecida como conhecemos hoje.
Em 1996, passaram a ser denominados os ensinos fundamental e médio, organizando as etapas do ensino e também valorizando a educação infantil.
A evolução dos quadros escolares
Em paralelo a isso, no Brasil e no mundo, os quadros escolares também foram evoluindo e transformando profundamente a maneira como o conhecimento é transmitido.
No século XVIII, a nível mundial – vale ressaltar que, lá fora, as escolas já estavam mais desenvolvidas – utilizava-se lousas individuais de ardósias. Cada aluno tinha a sua pedra e o professor passava colocando a lição em cada uma delas. Ou seja, um sistema nada prático e que tomava muito tempo de aula.
Assim, em 1801, houve uma grande reviravolta: o início do quadro negro! Segundo os registros de historiadores, teria sido um professor de geografia que teve a ideia de colocar um pedaço grande de ardósia na parede, para que pudesse passar a lição uma única vez.
Rapidamente, essa ideia passou a ser difundida para outras escolas e ganhou o mundo! Afinal, trazia mais praticidade e eficiência para o processo de ensino.
Em 1950, surgiu a lousa verde, que ainda é usada até os dias de hoje. Ela tinha um material mais apropriado, com estrutura de aço e revestimento de esmalte à base de porcelana. Diferente do quadro negro, o verde permitia o uso de giz com cores diferentes, o que deixava a transmissão do conhecimento mais dinâmica e atrativa para os alunos.
E em 1960, tivemos outra grande evolução: o surgimento da lousa branca. Ela ganhou grande popularidade por eliminar o uso de giz, evitando poeira, alergia e ressecamento das mãos.
Aqui no Brasil, em 1987, surgiu a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). Uma das suas atribuições é garantir o bom funcionamento da rede pública de educação de São Paulo, estabelecendo parâmetros de qualidade associados à melhoria do ensino.
As lousas e quadros padrão FDE também representam uma grande evolução nessa trajetória, visto que já são desenvolvidos dentro da padronização da fundação. Um dos critérios, por exemplo, é o uso da lousa branca e não da verde ou preta. Tanto para facilitar a visualização do que está sendo escrito quanto para evitar as alergias ao pó de giz.
Para nós, é um orgulho produzir quadros e lousas dentro dos parâmetros da FDE e, assim, contribuir com a qualidade de ensino nas escolas que confiam em nós. Acesse o nosso catálogo e confira os produtos!